O cenário econômico de crise, aliado à queda de repasses e diminuição de investimentos públicos não foi um impedimento para uma boa gestão municipal em Botucatu, cidade localizada no interior de São Paulo, com aproximadamente 140 mil habitantes.
Em seu primeiro mandato, em 2009, haviam grandes desafios quando assumiu a prefeitura, segundo o ex-prefeito, João Cury (2006-2014) “foi preciso combinar a ação política com instrumentos de gestão capazes de garantir rigoroso controle das finanças, desburocratizar e modernizar a máquina pública e que se facilitasse o aporte de recursos necessários para viabilizar os compromissos assumidos com a população”. Para isso, juntamente com os moradores e parcerias como a UNESP, realizou um diagnóstico da cidade, medida fundamental para um bom planejamento que resulte em ações positivas do governo.
A principal estratégia para compensar a falta de dinheiro foi um verdadeira inovação que pode ser facilmente replicada por outras prefeituras. Durante os 8 anos, Botucatu recebeu por volta de R$1 bilhão em recursos externos devido ao empenho de uma equipe especializada em receber recursos extra orçamentários e acompanhar os investimentos. Sem essa quantia, as obras realizadas demorariam entre 10 a 20 anos para saírem do papel. Além de buscar recursos externos, houve um controle rigoroso no gasto público, possibilitando fazer mais com menos e sem prejudicar a população com o aumento dos impostos.
Como exemplo, foi feito um levantamento minucioso para a melhora e padronização do processo de compra, além da prefeitura honras prazos, o que estimulou e aumentou o número de empresas interessadas em vender para a prefeitura.
Entre os feitos, no âmbito administrativo, foram criadas a Secretaria de Governo, que coordenou as ações entre as diferentes pastas, acompanhou as obras, promoveu relações com o Legislativo e articulou convênios – ponto forte de grandes realizações na cidade. Já a Secretaria de Descentralização e Participação Comunitária aproximou prefeitura e sociedade civil, através dos conselhos e participação dos movimentos populares. Com a Casa do Cidadão, foram formados mais de 5 mil micros e pequenos empreendedores, que saíram da informalidade e passaram a contribuir com a arrecadação do município. A criação das subprefeituras, Ouvidoria Municipal e a reformulação do Orçamento Participativo também foram de grande destaque da gestão municipal.
Ao final dos 8 anos, além das inovações na máquina pública, foram entregues 4 mil casas construídas, 2 hospitais e mais de 2 mil vagas em creches. Durante os dois mandatos, Botucatu, foi bicampeã do Programa Município Verde Azul, eleita como a cidade mais segura do estado (entre aquelas com população acima de 100 mil habitantes) e entre as 100 melhores cidades do Brasil para se investir.
O ex-prefeit, João Cury, foi aluno do curso Liderança nos100 Primeiros Dias Governo, oferecido pelo CLP a cada no ciclo da gestão municipal. O curso prepara os recém-eleitos prefeitos e vice-prefeitos para as tomadas de decisões estratégicas através do conhecimento prático e teórico em liderança adaptativa, ferramentas de diagnóstico do município e planejamento.