Foto: Assembleia FAETEC | Rio de Janeiro
Com a crise econômica e política resistindo sair de cena, a incredulidade nos órgãos públicos e governos se mantém não apenas no nível federal, que por vezes é o mais afetado pelas baixas expectativas, mas em todos os segmentos da sociedade.
A “vitória” de nulos e brancos nas últimas eleições municipais reflete uma situação de desânimo e baixa representatividade, e se torna um desafio para os gestores eleitos buscar a aprovação popular a partir da disseminação das boas práticas de seu governo e da aproximação da esfera pública dos interesses e da vida de seus cidadãos.
Neste cenário, a comunicação se torna essencial para estreitar laços entre governo e população. Sendo fundamental para todo o processo político, a comunicação está presente desde o processo eleitoral como veículo de propagação das propostas dos candidatos e decisão dos eleitores. Após o resultado das urnas, entretanto, a comunicação não deve ser esquecida como ferramenta poderosa tanto de convocação dos eleitores a participar da gestão, quanto de exposição do trabalho realizado durante a gestão – fortalecendo o gestor que entrega e permitindo aos cidadãos conhecimentos dos serviços públicos.
Divulgar a eficiência de políticas públicas, ter transparência quanto ao uso de recursos e implementar mecanismos de Governo Aberto são medidas cada vez mais frequentes nas tentativas de aumentar a intersecção entre Estado e sociedade, expandindo o campo político para além dos prédios públicos e tornando o processo de aprovação da gestão pelo cidadão um movimento constante, transparente e participativo.
No momento de estouro das redes sociais, a comunicação pública parece ter encontrado um ponto de contato com a população a partir de páginas dinâmicas e de respostas rápidas – como observado nas páginas de mídias sociais da prefeitura de Curitiba. O desafio, entretanto, é mais complexo e deve se expandir para toda administração pública.
A comunicação não deve apenas servir como mecanismo de transparência ou de cumprimento de leis como a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), mas deve pautar um novo modelo de gestão em que a aprovação é um reflexo direto da participação popular e em que os cidadãos deixam de ser consumidores de políticas e serviços públicos e se tornam agentes ativos na construção da gestão pública.