Cada vez mais os governos locais ganham mais importância dentro da dinâmica do Estado brasileiro. Deste modo, se torna necessário investir, organizar e dar todos os aparatos necessários para que os municípios consigam não apenas suprir as necessidades de seus cidadãos, como também sejam peças propulsoras do desenvolvimento do país.
Com o avanço da globalização e o estreitamento de relações antes improváveis, a tecnologia se torna peça chave no processo de desenvolvimento, sendo necessário trazê-la, cada vez mais, para dentro da gestão pública. No que se refere ao desenvolvimento de nível local, o grande destaque é o conceito de Smart Cities (cidades inteligentes) que busca alinhar uma proposta de cidade baseada na integração de qualidade de vida com serviços tecnológicos.
A concepção de cidades inteligentes é simples, são municípios que conseguem atingir, através de tecnologias diversas, melhores índices de qualidade de vida e um equilíbrio com o meio-ambiente. A premissa para que isso aconteça é a integração e a colaboração entre o setores público e privado, além da participação direta da população.
De maneira pragmática, segundo pesquisa da Telefônica em Parceria com a Fundação Getulio Vargas, a implementação de um modelo de Smart City pode se dar de a partir de diversas ações tais como requalificação de áreas urbanas, iluminação e semaforização inteligente, incentivos ao desenvolvimento da economia criativa, espaços de coworking e ações de incentivo a startups, participação eletrônica, dados abertos, modernização administrativa, Centros de Controle de Operações (CCO), monitoramento ambiental, big data, uso de dados de celulares para políticas públicas, bicicleta pública, estrutura para carros elétricos, e muitas outras.
Os caminhos são diversos e podem contribuir com a melhoria de serviços públicos como saúde, educação, saneamento básico, habitação, segurança e mobilidade à medida que inferem na gestão a partir da intersetorialidade e da transparência.
De acordo com a publicação Smart Cities – Transformação digital de cidades, na gestão pública a implementação deste modelo de ação municipal se dá através de quatro fases:
→ Vertical, em que a tecnologia é inserida na gestão para melhorar sua eficiência.
→ Horizontal, em que esta tecnologia começa a transpassar diferentes órgãos e secretarias permitindo uma gestão transversal de recursos e serviços.
→ Conectada, a partir da qual se cria uma plataforma meio que interconecta tecnologias verticais em funcionamento criando uma base integrada de gestão do município.
→ Inteligente, por fim, nesta fase o plano de governo se desdobra a partir do gerenciamento integrado e em tempo real da cidade. Empresas e cidadão oferecem informações sobre o funcionamento do município em tempo real possibilitando a melhora constante de serviços e instituições. É constituída uma inteligência compartilhada que se transforma em uma gestão mais eficiente construída por todos os atores da cidade.
Ao redor do mundo diversas cidades vêm sendo construídas ou reformuladas a fim de se adaptarem ao modelo inteligente e conseguirem se conectar mais às demandas dos cidadãos e ao meio ambiente. A exemplo disso, Singapura, Masdar City e Songdo são destaques pelo curto espaço de tempo em que conseguiram criar ecossistemas urbanos planejados, integrados e sustentáveis.
No Brasil, há cada vez mais processos de criação ou de transformação de municípios em Smart Cities, especialmente a partir da implementação de ferramentas de transparência e gestão compartilhada. Sendo destaque a recém firmada parceria entre a empresa chinesa Huawei e o Instituto Smart City Business para fazer de Curitiba uma cidade inteligente e tornar seu modelo de gestão pública uma vitrine para a América Latina.