Esse conteúdo faz parte do Blog do CLP. Esse é um espaço onde as lideranças formadas pelos cursos do CLP compartilham boas práticas, aprendizados e soluções. No caso de hoje, a experiência é resultado da participação no Master em Liderança e Gestão Pública – MLG. O texto da líder MLG, Flávia Lancha, fala sobre Liderança Adaptativa, um dos principais pilares de ensino do MLG. Confira:
Liderança Adaptativa: evolução e inovação
Adaptar-se é evoluir. A máxima descoberta pelo biólogo britânico Charles Darwin, em 1859, ainda é válida. E não apenas para o mundo da biologia das espécies. Ela também pode ser aplicada na administração pública com o mesmo objetivo: evoluir e inovar. É o que prega Ronald Heifetz, uma das maiores autoridades em liderança da atualidade e cofundador do Centro de Liderança Pública da Kennedy School of Government, a escola de administração pública de Harvard.
Durante os últimos 30 anos, Heifetz vem se dedicando a estudar uma nova forma de liderança, que ele chama de liderança adaptativa, baseada principalmente no conceito de que o mundo está em constante transformação e de que um líder precisa ter a capacidade de mobilizar pessoas para que elas consigam se adaptar a novas realidades de forma rápida e possam resolver os problemas que surgem de maneira eficiente.
Para Heifetz, liderar deixou de ter relação com autoridade e poder. E passou a ser a habilidade de mobilização, gerenciamento de pessoas e criatividade. O líder é aquele que consegue manter a identidade de seus comandados, sejam eles um grupo de funcionários ou uma comunidade, e, ainda assim, os convence do quanto, às vezes, é preciso adotar novas práticas e formas de pensar para que consigam progredir mesmo diante de desafios que mudam a toda hora.
A liderança adaptativa tem por base a Teoria da Evolução de Charles Darwin, pela qual Heifetz é fascinado, e defende que o bom líder deve levar em consideração na solução de problemas três questões fundamentais:
- • O que devemos manter (comportamentos, práticas, costumes)?;
- • O que temos que descartar?; e
- • Quais inovações devemos implementar para nos adaptarmos e conseguirmos evoluir diante deste problema?
Esses questionamentos valem tanto para situações adversas em uma empresa ou negócio privado como para a administração pública.
A liderança e o envolvimento popular
Heifetz lembra que, sozinho, o líder não terá as respostas para todas essas perguntas. Ele precisará contar com a colaboração de seu grupo. E é quando, no caso da administração pública, a teoria da liderança adaptativa defende que o líder não fique refém do aparato governamental nem encapsulado em seu gabinete.
Heifetz diz que um bom governante precisa passar tempo com o povo, tanto para controlar a mensagem que deseja transmitir como para ouvir seus medos e ansiedades. Precisa dizer à população o que quer fazer, como quer fazer e por que quer fazer e convocá-la a participar da transformação e da mudança em um exercício de responsabilidade coletiva.
Pois a liderança é sobre o trabalho que deve ser feito. Não se resumindo a autoridade, posição, poder e influência. A liderança não significa nada a não ser que você esteja estimulando os outros a criarem soluções para novos problemas.
Dessa forma, bons líderes precisam mobilizar as pessoas que fazem parte do problema para que elas façam parte também da solução. A maneira para fazer isso é questionando a si mesmo e aos outros sobre como adaptar-se. Sobre o que deve ser mantido e o que deve ser descartado em seu comportamento. E, claro, como se pode inovar para buscar um futuro melhor.
Saiba mais sobre Liderança Adaptativa aqui.
Flávia Olivito Lancha Alves de Oliveira, é formada em Letras, com pós-graduação em recursos humanos pela Universidade de Franca e especialização em Administração Rural pela FGV e é líder MLG pelo Master em Liderança e Gestão Pública – MLG. Ela já foi diretora comercial e financeira da empresa Labareda Agropecuária por 28 anos. Flávia, foi Secretária Municipal de Desenvolvimento Econômico de jan/17 à nov/18. Ela também é fundadora da ICOL Instituto de Capacitação e Orientação Livre que é do terceiro setor.