O Rio de Janeiro despencou quatro posições no Ranking de Competitividade dos Estados de 2018 feito pelo Centro de Liderança Pública, em parceria com a Tendências Consultoria Integrada e Economist Intelligence Unit. O Estudo foi divulgado na sexta-feira, dia 14 de setembro, na sede da B3 em São Paulo. Além do RJ, os Estados que mais chamaram a atenção foram o Alagoas, que subiu oito posições, e o Acre que caiu oito. São Paulo e Santa Catarina seguem entre os melhores colocados.
Os estados são avaliados sob a ótica de 10 pilares, Sustentabilidade Ambiental, Capital Humano, Educação, Eficiência da Máquina Pública, Infraestrutura, Inovação, Potencial de Mercado, Solidez Fiscal, Segurança Pública e Sustentabilidade Social. Cada um baseado em 68 indicadores distribuídos entre eles.
Desde 2015, o Rio de Janeiro vem caindo no Ranking de Competitividade dos Estados. Em quatro anos, o Rio saiu da 8ª para a 13ª colocação. A maior queda aconteceu entre 2017 e 2018, quando o Estado perdeu quatro posições. Neste período, os pilares que mais destoaram foram os de Sustentabilidade Ambiental (-10), Segurança Pública (-7), Eficiência da Máquina Pública (-7) e Solidez Fiscal, no qual o Rio permance na última posição.
Do ponto de vista da Sustentabilidade Ambiental, o Estado carioca já figurou entre os primeiros colocados, em 5º (2017). Porém, na avaliação atual, o Rio de Janeiro caiu 10 posições e passou a ser o 15º colocado. O indicador que fez com que o Estado mais perdesse em desempenho foi o de destinação de lixo, da 3ª ( em 2015) passou para a 19ª ( em 2016), segundo dados mais recentes divulgados pelo Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento (SNIS). Ainda na avaliação do pilar ambiental, o Estado deu um na salto na qualidade dos serviços urbanos. As avaliações mais recentes deste indicador, feitas entre 2013 e 2016 também pelo SNIS, mostram que, nos últimos quatroanos, os cariocas saíram da 24ª (2013) para 4ª (2016) colocação.
Desde 2016, também tem enfrentado uma forte deterioração fiscal, ocupando a última posição no pilar de Solidez Fiscal, com déficits primários grandes e um estoque de dívida crescente, mais de R$ 90 bilhões segundo dados do Banco Central. As causas de tal situação são: o alto de número de desonerações tributárias promovidas pelo Governo do Estado, que afetaram a capacidade de arrecadação, o excessivo gasto com a máquina pública, em especial com servidores ativos, inativos e pensionistas e a crise econômica nacional a qual também diminui a arrecadação dos estados.
Ao avaliar a eficiência da máquina pública, o indicador no qual o Estado mais difere dos demais é o de transparência do governo, que avalia a qualidade das informações disponíveis à população. Nesta análise, o indicador representou o pior desempenho do Estado no pilar, 26ª posição segundo dados da Controladoria Geral da União divulgados em 2016.
No que diz respeito a Segurança Pública, o Rio também apresenta uma situação difícil ocupando a 23ª posição no ranking, apresentando altos índices de furtos e roubos, de mortes violentas e de crimes não resolvidos. Tais resultados estão ligados a dificuldades estruturais existentes na Polícia Militar, como corrupção, falta de equipamentos e baixa capacidade investigativa.
Resultados Gerais
Nesta edição do Ranking 12 Estados apresentaram melhora no desempenho, enquanto 11 caíram na comparação com 2017.
1º São Paulo |
10º Goiás +3 |
19º Rio Grande do Norte -4 |
2º Santa Catarina |
11º Mato Grosso +1 |
20º Pernambuco -2 |
3º Distrito Federal + 1 |
12º Ceará -1 |
21º Piauí +2 |
4º Paraná -1 |
13º Rio de Janeiro -4 |
22º Bahia -2 |
5º Rio Grande do Sul +2 |
14º Rondônia +3 |
23º Pará -2 |
6º Minas Gerais |
15º Tocantins +1 |
24º Amapá +2 |
7º Mato Grosso do Sul -2 |
16º Alagoas +8 |
25º Sergipe +2 |
8º Espírito Santo |
17º Amazonas +5 |
26º Maranhão -1 |
9º Paraíba +1 |
18º Roraima -4 |
27º Acre -8 |
Entre 2017 e 2018, o Acre foi o que mais sofreu queda na avaliação. Apesar da melhora no ano passado, quando subiu seis posições, neste ano, o desempenho do governo acreano caiu oito pontos. Na avaliação geral, o Estado sofreu queda em cinco dos dez pilares estudados e manteve-se estável em apenas três. O índice de segurança pública foi o mais alarmante, o Acre é o 20º, uma diferença de 17 posições em relação ao ano passado.
A UF que mais apresentou evolução este ano foi Alagoas. Dos dez pilares avaliados, a gestão alagoana apresentou melhora em oito, o que fez com o Estado subisse oito posições no ranking geral. Além de ser o mais bem colocado em Solidez Fiscal, o Alagoas também melhorou o seu desempenho em Segurança Pública, subindo sete posições, Sustentabilidade Ambiental (+5), Educação (+4) e Sustentabilidade Social (+4). Esta melhora explica o seu desempenho no ranking geral.
Série histórica dos últimos quatro anos:
Nos últimos quatro anos apenas seis Estados conseguiram manter desempenho, ou evoluiram, no Ranking de Competitividade dos Estados de forma consecutiva.
Estados |
2015 |
2016 |
2017 |
2018 |
Alagoas |
27º |
27º |
24º |
16º |
Distrito Federal |
4º |
4º |
4º |
3º |
Paraíba |
15º |
15º |
10º |
9º |
Minas Gerais |
7º |
7° |
6º |
6º |
Santa Catarina |
3º |
3º |
2º |
2º |
São Paulo |
1º |
1º |
1º |
1º |
Entre os Estados que não evoluíram ou que apenas perderam posição ano a ano estão:
Estados |
2015 |
2016 |
2017 |
2018 |
Espírito Santo |
5º |
6º |
8º |
8º |
Maranhão |
20º |
23º |
25º |
26º |
Pernambuco |
13º |
13º |
18º |
20º |
Rio de Janeiro |
8º |
8º |
9º |
13º |
Os demais Estados apresentaram oscilações ao longo dos anos.
Confira o Infográfico abaixo com os pilares e os indicadores que compõem o Ranking de Competitividade dos Estados.