Crédito: Global status report on road safety 2015
A Organização Mundial da Saúde – OMS – lançou o Global Status Report on Road Safety (Relatório de Status Global sobre Segurança Viária, em tradução livre), onde foi constatado que, apesar da melhoria dos números em mortes no trânsito ao redor do mundo, 1,25 milhão de pessoas morrem anualmente por conta de acidentes viários. O relatório serve como ferramenta oficial de monitoramento da Década de Ação para a Segurança no Trânsito 2011-2020, que tem como meta a redução em 50% no número de mortes em acidentes causados por veículos viários.
Aproveitando a janela de oportunidade, o CLP está realizando juntamente ao Governo do Estado de São Paulo o Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, que visa atingir a meta estipulada pela OMS até 2020. O programa é intersetorial nas secretarias estaduais e conta com o apoio técnico da consultoria Falconi.
“As mortes no trânsito cobram um pedágio inaceitável, especialmente sobre as pessoas pobres em países pobres,” diz a Dra. Margaret Chan, Diretora-Geral da OMS. O número de mortes no trânsito estabilizou-se no mundo, mesmo que a frota tenha aumentado rapidamente, assim como a população global. Nos últimos três anos, 79 países registraram uma diminuição do número absoluto de mortes, enquanto 68 países registraram aumento.
Os países que tiveram mais sucesso na redução do número de mortes no trânsito conseguiram isso melhorando a legislação, a fiscalização e fazendo estradas e veículos mais seguros. “Estamos nos movendo na direção certa”, acrescenta o Dr. Chan. "O relatório mostra que as estratégias de segurança viária estão salvando vidas. Mas também nos diz que o ritmo da mudança é muito lento".
O relatório da OMS destaca que as pessoas estão protegidas de forma desigual no trânsito do mundo. O risco de morrer em um acidente de trânsito rodoviário ainda depende, em grande parte, de onde as pessoas vivem e de que forma elas transitam. Uma grande lacuna ainda separa os países de alta renda dos países de baixa e média renda, onde acontecem 90% das mortes no trânsito, apesar de concentrarem apenas 54% dos veículos. A Europa, em particular os países mais ricos da região, tem as mais baixas taxas de mortalidade per capita; a África, o mais alto.
Países estão agindo, porém, mais esforço é necessário
Mais países no mundo estão tomando medidas para tornar as estradas mais seguras. Nos últimos três anos, 17 países alinharam pelo menos uma das suas leis de cinto de segurança, álcool ao volante, velocidade, capacete de moto ou equipamentos de retenção para crianças às recomendações da OMS.
Michael R. Bloomberg, fundador da Bloomberg Philanthropies e três vezes prefeito de Nova York disse: “Graças a leis mais fortes e infraestrutura mais inteligente, quase meio bilhão de pessoas no mundo estão melhor protegidos contra acidentes de trânsito do que eram há apenas alguns anos atrás – e nós temos a oportunidade de fazer muito mais, especialmente quando se trata de fazer cumprir as leis. Toda vida perdida em um acidente de trânsito é uma tragédia evitável, e este relatório pode impedir que mais deles, ajudando os gestores políticos a concentrar seus esforços onde eles fazem a maior diferença.” O relatório foi financiado pela Bloomberg Philanthropies.
O relatório revelou, ainda, que:
• 105 países têm boas leis de cinto de segurança, que se aplicam a todos os ocupantes do veículo;
• 47 países têm boas leis de velocidade, que definem um limite máximo urbano de 50 km/h e atribuem competência às autoridades locais para reduzir ainda mais esses limites;
• 34 países têm uma boa lei de álcool ao volante, com limites de concentração de álcool no sangue inferior ou igual a 0,05 g/dl, bem como limite inferior ou igual a 0,02 g/dl para os condutores jovens e inexperientes;
• 44 países têm leis de capacete que se aplicam a todos os motoristas, passageiros, estradas e tipos de motores; requerem a fixação do capacete para fixar e exigem um padrão específico de equipamento;
• 53 países têm uma lei de equipamentos de retenção para crianças com base na idade, altura ou peso, e aplicam restrições de idade ou altura para crianças no banco da frente.
Mais atenção para os vulneráveis e mais segurança para os veículos
Motociclistas são particularmente vulneráveis, representando 23% de todas as mortes no trânsito. Em muitas regiões, este problema está aumentando; na região das Américas, por exemplo, a proporção de mortes de motocicleta aumentou de 15% para 20% entre 2010 e 2013. Nas regiões do Sudeste Asiático e Pacífico Ocidental um terço de todas as mortes está entre os motociclistas.
Pedestres e ciclistas também estão entre os grupos menos protegidos, tornando-se 22% e 4% das mortes globais, respectivamente. “Os gestores precisam repensar as políticas de transportes,” – disse o Dr. Etienne Krug, Diretor do Departamento da OMS para a Gestão de Doenças Não-transmissíveis, Deficiência Física, Violência e Prevenção de Lesões. “Melhorar o transporte público, bem como fazer o trânsito de pedestres e ciclistas mais seguro, demanda centrar a atenção em como os veículos e as pessoas compartilham as vias. A falta de políticas destinadas aos atores vulneráveis ?? está matando as pessoas e prejudicando nossas cidades. Se tornarmos as cidades mais seguras para caminhar e pedalar haverá menos mortes, mais atividade física, melhor qualidade do ar e cidades mais agradáveis.”
O relatório também descobriu que alguns dos veículos vendidos em 80% dos países do mundo não cumprem as normas básicas de segurança, particularmente em países de baixa e média renda, onde quase 50% dos 67 milhões de novos veículos de passeio foram produzidos em 2014.
O Relatório Mundial sobre a Segurança Rodoviária 2015 compreende um texto que combina evidências, fatos e melhores práticas, com as conclusões extraídas da análise dos dados coletados por mais de 180 países. Além disso, oferece perfis com uma página para cada país participante e traz um anexo estatístico. Um mapa interativo do relatório também está disponível online.
O relatório é o terceiro em sua série e é a ferramenta oficial de monitoramento da Década de Ação para a Segurança no Trânsito 2011-2020. A publicação do relatório segue a adoção da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, que inclui uma meta ambiciosa para a segurança rodoviária e que precede a segunda Conferência Mundial de Alto Nível Mundial sobre Segurança Viária, que será realizada em Brasília, nos dias 8 e19 de novembro de 2015.