O Ranking de Competividade dos Estados 2016, anunciado nesta segunda-feira (19), identificou que segurança pública é a maior deficiência do Brasil entre os 10 pilares avaliados. Em seguida, infraestrutura e sustentabilidade social foram os itens identificados como gargalos do País, levando em conta critérios estatísticos e análise de especialistas. O estudo é realizado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), em parceria com a Consultoria Tendências e a Economist Intelligence Group.
Em relação à segurança pública, o primeiro lugar do Ranking foi ocupado pelo Paraná, com boas colocações em déficit carcerário, atuação do sistema de justiça criminal, mortes no trânsito e segurança patrimonial. Em segundo lugar ficou São Paulo e em terceiro, Roraima. Amazonas obteve o maior crescimento, passando de 12º em 2015 para 10º lugar em 2016. E a maior queda foi do Maranhão, passando de 10º para 12º.
Em comparação aos parâmetros internacionais, os resultados mostraram a frágil situação da segurança pública no Brasil. Nos três quesitos incluídos no benchmarking internacional — déficit carcerário, mortes no trânsito e segurança pessoal — o Brasil obtém performances bem abaixo do que suas contrapartes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Se examinado o déficit carcerário, apenas o Maranhão tem uma relação detento/vaga menor que 1, o mesmo nível que a média da OCDE.
Mesmo nos países com um índice de déficit carcerário ruim, como a Eslovênia (1,14 detentos por vaga), a sua população carcerária total compõe menos que 0,07% de sua população total. Por outro lado, os Estados Unidos, detentores de uma relação detento por vaga de 1,03, é o país da OCDE não apenas com o maior número de detentos em termos absolutos (2,3 milhões), como também o que possui o maior número relativo, mais de 0,7% da população. Quando se analisa o Brasil, nota-se que o país possui tanto um número alto de detentos por vaga (1,57 detentos por vaga), como também possui o segundo número maior de detentos relativos à população do país, em torno de 0,3%.
No quesito de mortes no trânsito, o Brasil também se destaca de forma negativa. O País registra um número de mortes no trânsito (24 por 100 mil habitantes) mais de três vezes acima da média dos membros da OCDE.
Já a taxa de homicídio é dez vezes maior do que a média da OCDE, e bem acima do Chile e da Turquia. Apenas três estados (São Paulo, Santa Catarina e Roraima) possuem taxas inferiores àquelas do pior ranqueado na OCDE nesse quesito, o México. Outros estados como Alagoas, Ceará, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Norte e Sergipe apresentam níveis vistos em países reconhecidamente violentos da América Central, como a Jamaica (36,1 por 100 mil habitantes) e El Salvador (64,2 por 100 mil habitantes).
Para a análise do pilar segurança pública, o Ranking levou em conta seis indicadores: atuação do sistema de justiça criminal; déficit carcerário; mortes a esclarecer; segurança no trânsito; segurança pessoal; e segurança patrimonial.
Ranking de Competitividade dos Estados
Uma realização do CLP, em parceria com a Consultoria Tendências e a Economist Intelligence Group, o Ranking constitui uma importante ferramenta para avaliação da administração pública. Também reconhece as melhores práticas visando o desenvolvimento econômico e social do País. O resultado permite ao gestor público avaliar as necessidades e prioridades do seu estado. Ao setor privado, permite um estudo de possibilidade para investimento.
O Ranking, que está em sua quinta edição, analisa a capacidade competitiva de todos os estados brasileiros e o Distrito Federal em 65 indicadores, agrupados em 10 pilares. Entre os indicadores, 36 são comparados com dados internacionais de 34 países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Itens como infraestrutura, educação, inovação, potencial de mercado, segurança pública, solidez fiscal, sustentabilidade social, sustentabilidade ambiental compõem o quadro. Confira o Ranking completo no link: www.rankingdecompetitividade.org.br