A gestão de projetos merece uma atenção especial quando voltada à gestão pública, em virtude da complexidade de sua aplicação e do impacto que gera na vida da população. Traremos, neste artigo, os benefícios da aplicação de metodologias ágeis aplicados à gestão pública, com foco na metodologia Kanban.
O que são as metodologias ágeis?
Os métodos ágeis focam a gestão do ciclo de vida do desenvolvimento do projeto, em detrimento da documentação e planejamento exaustivo, com a comunicação constante entre as partes interessadas. Inicialmente, sua aplicação estava voltada aos projetos de tecnologia da informação (TI), mas seus princípios podem ser usados em qualquer tipo de projeto¹.
Quais os benefícios da implantação de metodologias ágeis no setor público?
Uma pesquisa feita pela consultoria QSM revelou que a Metodologia Ágil acelera em 50% o tempo para colocar um produto no mercado e aumenta em 25% produtividade da equipe².
Ao se implementar metodologias ágeis no setor público, o trabalho é otimizado e há economia de recursos. Os maiores benefícios são³:
- Entregar valor de forma contínua e rápida aos usuários do serviço;
- Manter a colaboração das partes envolvidas em todo o projeto;
- Eliminar o que não gera valor ao produto;
- Reflexão por parte dos times de colaboradores quanto à melhora da sua eficiência e eficácia, otimizando a entrega.
Como aplicar metodologias ágeis na gestão pública?
Uma das formas mais eficientes de se aplicar metodologias ágeis na gestão pública é a metodologia sprint, “na qual a cada início de mês, o líder e o gerente de projeto reúnem-se para a revisão dos principais objetivos daquele projeto em andamento. Desta forma, é possível a montagem de uma proposta de atividades detalhadas e a discussão acerca do tempo de execução e prioridade das tarefas”.
Dentro da metodologia ágil, pensando na melhor comunicação da equipe, ganha destaque o método Kanban.
O que é o método Kanban?
Segundo Humberto Barboza, Kanban é uma palavra japonesa que significa “cartão” ou “sinal visual”. Foi um sistema criado para a empresa Toyota e sofreu adaptações sendo, em 2005, elevado à categoria de metodologia tornando-se uma abordagem de mudança gerencial, com o chamado mapeamento e a visualização do fluxo de trabalho, tendo como objetivo a melhoria contínua a partir das métricas a seguir, elencadas pelo autor:
- Diagrama de Fluxo Cumulativo: mostra a quantidade de trabalho em progresso em cada estágio do sistema e ajuda a identificar se o sistema está fluindo adequadamente.
- Lead Time: é um indicador da agilidade e informa o quanto previsível o projeto é na entrega, sendo útil como um relatório de desempenho geral do sistema.
- Desempenho de Entrega na Data: indicador de previsibilidade, que mostra se a entrega dos itens de trabalho tem ocorrido antes da data limite.
- Rendimento: indica quantos itens de trabalho foram finalizados num período determinado de tempo.
- Problemas e Itens de Trabalho Bloqueados: Indica o quanto a organização é boa em identificar, reportar, resolver problemas e os seus impactos.
Uma das formas mais simples de aplicação do Kanban é a organização de colunas “a fazer”, “fazendo” e “feito”. Assim, fica clara a evolução de um projeto conforme as tarefas forem sendo deslocadas de coluna.
Dessa forma, o Kanban é um potente método visual que permite aos gestores identificar, de forma clara, as diversas fases de um projeto e auxiliar na priorização das tarefas mais importantes.
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Referências bibliográficas
¹MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru; VERONEZE, Fernando. Gestão de projetos: preditiva, ágil e estratégica. 6. ed. Barueri (SP): Atlas, 2022, p. 17-19.
³ Retirados da página https://blog.ergonrh.com.br/metodologia-agil-no-setor-publico/.
https://blog.ergonrh.com.br/metodologia-agil-no-setor-publico/