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A cada meia hora, uma pessoa foi assassinada em capitais brasileiras no ano passado. Foram 15.932 vítimas, uma alta de 0,8% em relação ao ano anterior, segundo a 9ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Os casos mais críticos estão no Nordeste: oito das nove capitais da região (com exceção de Recife) estão na lista das dez maiores taxas de homicídio doloso e agressão e roubo seguidos de morte.
Fortaleza é a líder do ranking, com 77,3 mortos por esses crimes a cada 100 mil habitantes, seguida por Maceió, São Luís e Natal. São Paulo tem a taxa mais baixa, de 11,4. O índice da capital cearense é mais do dobro da média das capitais (33) e três vezes superior à média nacional (25,2) em 2013 –os dados completos do ano passado ainda não foram consolidados.
O estudo reúne pela primeira vez dados das capitais. Eles foram tabulados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública com informações obtidas dos Estados por meio da Lei de Acesso à Informação.
Homicídios nas capitais
Vice-presidente do Fórum Brasileiro, Renato Sérgio de Lima diz que crimes são multifatoriais, mas que teorias recentes apontam que condições urbanas podem favorecer a prática de delitos. "Capitais têm um problema mais agudo, porque são os maiores municípios do país, têm grande adensamento urbano e ao mesmo tempo oferta de serviços públicos longe do ideal para a qualidade de vida", afirma.
Nos locais em que a questão urbana está mal resolvida, diz o sociólogo, o Estado tem dificuldade de administrar conflitos. "Se vivo num terreno invadido ou com um bar ilegal e tenho um conflito, não vou chamar a polícia porque serei preso." O estudo também aponta alta de 16,6% no investimento em segurança pública. Estados e União, juntos, gastaram R$ 71,2 bilhões no setor em 2014, contra R$ 61,1 bilhões no ano anterior.
Em relação aos gastos por cidadão com segurança pública, Piauí, Mato Grosso e Paraíba estão entre os Estados cujo investimento caiu ou ficou próximo de zero. As capitais dos três Estados estão entre as dez que mais registraram assassinatos, proporcionalmente, em 2014.
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