O Brasil registra uma média de 7,3 anos de escolaridade por indivíduo pertencente à População Economicamente Ativa (PEA). É a menor média da América do Sul. Países como Austrália, Alemanha e Estados Unidos têm médias maiores que 13 anos. O Ranking de Competitividade dos Estados 2016 mostrou como a educação básica é um tema que deve estar na agenda de lideranças públicas que queiram promover mudanças estruturais na sociedade.
Diante deste cenário, o Ceará foi premiado pelo Ranking como exemplo de boa prática. O Estado foi econhecido por incentivar boas condições escolares aos alunos, mesmo com condições socioeconômicas menos favoráveis. O Ceará está em 17º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre os estados brasileiros. Se considerarmos apenas o IDH-Renda, cai para 23º.
O Ranking é uma iniciativa do Centro de Liderança Pública (CLP), em parceria com a Economist Intelligence Unit e a Tendências Consultoria. Na avaliação, o Ceará é o melhor colocado da região Nordeste em educação. O Estado tem bom desempenho no Índice de Oportunidades da Educação Brasileira (IOEB) e também evoluiu no indicador de taxa de abandono do ensino fundamental e do ensino médio.
Desde 2007 o Ceará vem superando as metas para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e, em 2015, a sua rede pública apresentou o maior crescimento do País. Entre as 100 melhores escolas brasileiras no Ideb 2015, 77 estão localizadas neste estado. Sobral, no interior do Ceará, conta com o melhor Ideb em séries iniciais do ensino fundamental do Brasil.
Uma política de impacto é o Programa Alfabetização na Idade Certa (Paic), que investe na maior capacidade de gestão, qualificação de profissionais e apoio pedagógico. Assim, é possível acelerar o desenvolvimento cognitivo dos alunos desde os primeiros anos da infância, corrigindo distorções por conta de herança socioeconômica, problemas familiares e menor qualidade de vida.
O exemplo do Ceará é de grande relevância em um contexto de retração do PIB em 2016, com queda estimada em 3,2%. A educação está diretamente ligada a uma sociedade mais desenvolvida e com mais equidade. Com o orçamento reduzido, os governos terão de otimizar seus recursos a fim de não comprometerem a pauta da educação. Caso contrário, este desenvolvimento humano, social e econômico não terá meios para se sustentar. O Ceará tem feito a sua parte.
Luana Tavares
Diretora executiva do Centro de Liderança Pública
Artigo publico na versão impressa do jornal O Povo.