Existem diversos textos, workshops e palestras sobre as principais qualidades de um bom líder. Todo esse material faz parecer que os diversos tipos de liderança são um conjunto de características pessoais e naturais de algumas pessoas. No CLP acreditamos que a liderança é um papel a ser exercido e não um dom especial do líder. A liderança é exercida na prática, com as ações do dia-a-dia, com muito pé no chão e compreensão das pessoas que te cercam.
Nossa sociedade carece de líderes capazes de imprimir mudanças significativas que irão torná-la mais apta a enfrentar qualquer tipo de desafio, uma sociedade capaz de se adaptar melhor ao ambiente e resolver problemas antes impensados.
Tipos de liderança: Liderança Adaptativa
Entre os tipos de liderança, nós trabalhamos com o conceito de Liderança Adaptativa, criado por Ronald Heifetz, professor do Center for Public Leadership da Universidade de Harvard. Com a intenção de preparar melhores gestores, o líder não apenas guia e aponta direções, mas é capaz de fazer um diagnóstico preciso e identificar problemas que não são meramente técnicos, mas também adaptativos.
Destacamos cinco ações baseadas no conceito de Liderança Adaptativa que acreditamos ser importantes para os líderes públicos.
Diagnóstico
O mais importante é identificar corretamente o problema, que pode ser algo meramente técnico, ou um Problema Adaptativo. Problemas de infraestrutura, a falta de uma ferramenta ou um mal funcionamento tecnológico, são questões puramente técnicas que resolvem-se de forma pontual, normalmente através de um especialista. Já os Problemas Adaptativos envolvem mudanças na cultura da organização, nos valores e competências. Cabe ao líder, nesse caso, perceber quais valores, normas e competências devem se manter, quais devem ser descartadas e quais as inovações a serem implementadas. Normalmente esse é um desafio difícil de se resolver, pois envolve mudanças significativas nos processos e rotinas, tirando as pessoas de sua zona de conforto e gerando conflito.
Exposição do desafio
Uma vez identificado o erro entra em jogo a comunicação. É importante deixar claro o objetivo e qual o resultado a ser alcançado. O líder deve aprender a formular as perguntas certas, obter as informações corretas da própria equipe e ler nas entrelinhas quais os fatores que podem gerar resistência à mudança. Além disso é necessário empatia ao lidar com o time, para aumentar o engajamento da equipe.
Mobilizar as pessoas
A empatia é a principal chave quando se trata da relação humana. Para resolver problemas adaptativos é necessário inspirar a equipe e engajá-la, fazendo com que as pessoas assumam suas responsabilidades, enfrentem as mudanças necessárias e saibam lidar com as dificuldades em vez de fugir delas. Para isso o líder deve ser capaz de compreender o outro e entender seus valores, sendo flexível, encarando e resolvendo os conflitos.
Regular o nível de conflito
É comum pessoas que ocupam cargo de liderança serem vistas como um porto seguro, como quem irá apontar direções e proteger a equipe das turbulências. Esse comportamento, mais alinhado à autoridade é útil quando se precisa lidar com um problema mais técnico. Porém, desafios adaptativos exigem mudanças e isso tira as pessoas de sua zona de conforto o que gera stress e conflito. Se o líder não souber regular a pressão da situação e ajustar os níveis de desconforto é perigoso tudo acabar explodindo. O conflito, quando bem administrado pode gerar bons frutos ao colocar as pessoas em movimento.
Consolidar e institucionalizar
De nada adianta identificar o problema, mobilizar a equipe e gerir bem os conflitos se no ano seguinte a medida proposta, mesmo que funcional, for descartada. As mudanças de cultura devem criar raízes na instituição consolidando-se e cristalizando-se em novas rotinas e processos mais eficientes e necessários para a organização. Uma política pública de sucesso não é descontinuada, independentemente de quem estiver no poder, pois ela conseguiu se consolidar a ponto de se tornar a cultura de um Estado e não apenas uma implementação política.
Essas cinco ações são baseadas na Liderança Adaptativa, um dos principais temas abordados pelo Master em Liderança e Gestão Pública (MLG), nossa pós-graduação lato sensu para líderes e gestores que querem fazer a diferença no setor público brasileiro.
Através de uma pedagogia participativa, estudos de casos, debates e outras experiências práticas, o MLG se propõe a preparar profissionais de diferentes áreas para enfrentar os problemas da liderança e da gestão pública.
Estamos buscando pessoas que já estejam inseridas no setor público, no setor privado ou terceiro setor que trabalhem direta ou indiretamente com o governo e que se interessam por gestão e liderança, além de acreditar que é possível criar e implementar políticas públicas de qualidade.
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