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1º Fórum Local: Líderes MLG

1º Fórum Local: Líderes MLG

O CLP, em parceria com o Instituto República, organizou um Fórum para os alunos da Pós-Graduação Master em Liderança e Gestão Pública (MLG). O encontro aconteceu no Rio de Janeiro e teve como palestrante, Roberto Sá, aluno da especialização e atual Secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro. Larice Peters* é uma líder MLG e nos relata abaixo suas impressões sobre o Fórum:

Na última segunda-feira, 28 de agosto, na FGV do Rio de Janeiro, aconteceu o 1º Fórum Local: Líderes MLG. O encontro proporcionou, por meio da fala do Secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, Roberto Sá, ampliar as discussões sobre o enfrentamento à violência urbana e envolveu a rede de alunos do Master em Liderança e Gestão Pública – MLG na qualificação do debate sobre essa temática.

Ouvir o Roberto Sá falar sobre Segurança Pública é um privilégio: ele é um agente público, um líder que no meio do caos consegue agir. Em termos de gestão, temos a certeza e nos orgulhamos por saber que nosso colega está conseguindo criar novas formas de atuação para enfrentar crises históricas e mudar a cultura de abordagem policial.

Em decorrência da instabilidade atual, a Segurança Pública atua com um menor número de efetivos – aposentadorias, 13º salário atrasado, não pagamento de metas, frota sucateada, entre tantos outros problemas. A utilização de indicadores, de planejamento estratégico, a criação de grupos de trabalhos, mostram resultados concretos, mesmo em meio à crise instalada no Estado do Rio de Janeiro.

Roberto possui um perfil de liderança adaptativa, pois os números mostram que a taxa de letalidade está caindo, aliado ao crescente número de apreensões de fuzis, demonstrando que a equipe da segurança, mesmo em uma situação de caos, continua atuando em prol da sociedade.

De que forma, nós da rede de alunos do MLG, podemos contribuir para qualificar o debate sobre segurança pública? São diversas questões que envolvem o enfrentamento à violência urbana: é preciso entender as origens das polícias, questões legais, dados e fatos que mostram o quanto nosso país é marcado por violência, precariedade social das comunidades e do sistema carcerário, em síntese, a questão de segurança pública não se restringe apenas à atuação do policial militar ou civil.

Falar de segurança pública é falar de políticas integradas, de atuação conjunta, do envolvimento de diversos atores e órgãos para conseguir o que o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) entende como Segurança Cidadã, conceito esse defendido pelo Secretário como ponto para a construção da agenda da segurança em nosso país. Tal conceito fala da promoção da segurança através de fatores econômicos, sociais, culturais, familiares, institucionais e globais, ou seja, a criação de políticas públicas, estratégias interdisciplinares e de ação coletiva envolvendo vários níveis de atuação governamental (municípios, estados e União).

Entender esse conceito é vital para que nós, como rede MLG, possamos inserir esse debate na agenda para as eleições de 2018. Os números da violência são alarmantes, 60 mil pessoas são assassinadas por ano no Brasil, tal dado demonstra que inúmeras políticas públicas foram falhas em algum momento, ou atuaram de forma isolada, sem entender a complexidade que envolve o cidadão e o meio que ele vive.

Outra reflexão é sobre a necessidade, urgente, de revisar a política criminal – inserindo nesse debate o papel do legislativo em discutir as penas para pessoas que cometem crimes hediondos, portam armas como fuzis e atentam contra a vida dos cidadãos.

Voltando às aulas que tivemos, precisamos entender melhor essa “persona” cidadão em diferentes contextos e perceber os problemas que o cerca. Sim, as soluções serão complexas, mas apenas com uma agenda que entenda a necessidade de estratégias integradas entre órgãos, níveis de poder e poderes, será possível falar em impacto positivo de política pública.

Talvez todos nós, considerando o que aprendemos em liderança adaptativa, estamos no salão, estamos atuando em nossas áreas e esquecemos de subir para a sacada e enxergar que a vida das pessoas, a nossa vida como cidadão, vai além de uma ação isolada em termos de política pública.


*Larice Steffen Peters

É Mestre em Arquitetura e Urbanismo (UFSC), com ênfase em desenvolvimento territorial e políticas públicas. Graduada em Administração Pública (ESAG/UDESC). Atualmente é coordenadora de projetos na Secretaria de Estado do Planejamento do Estado de Santa Catarina. Atuou como professora de Administração no Instituto Federal de Santa Catarina. Coordenou o Programa Acolhida Empreendedora (Associação de Agroturismo Acolhida na Colônia), sendo responsável pela adaptação da metodologia Escalada Empreendedora para a realidade rural e repasse do conteúdo para agricultores.

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