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Diversidade na política: Como apoiar e modificar o perfil ao definir os rumos do país?

Quando tratamos sobre o assunto da Diversidade no setor público, muitos questionamentos podem ser acionados e muitas dúvidas também: Afinal, como contemplar a diversidade na política e no setor público? Como fazer a diversidade compor o time de profissionais que atuarão diretamente na construção de políticas públicas para a sociedade?

Por incrível que pareça a resposta é muito simples, porém pouco óbvia e a gente precisa falar dela em todos os espaços de debates que podemos ocupar: Vivemos, crescemos e nos desenvolvemos em uma sociedade que é histórica e socialmente diversa. O que acontece é que na história do nosso país, infelizmente houve uma tentativa de apagar essa diversidade, já que ela não faz parte de um padrão que é socialmente aceito. 


A diversidade na política brasileira

Então, por onde começar a incluir a diversidade? Bom, vamos falar de um assunto importante em 2022: As eleições. Pensando nas eleições é importante considerar que esse ano, importantes posições no cenário político serão ocupadas: Presidência, Deputado Federal e Estadual, Senador e Governador. Esses cargos, são notadamente decisórios para que políticas sejam aprovadas, e daí a importância na ocupação dessas posições estar diretamente refletida na composição das pessoas que compõem nosso país.

Para termos uma ideia vamos falar dos números:

  • Em 2018, foram eleitas no senado apenas 7 mulheres, mesmo número em 2014; O número de homens também se manteve em 54, número muito proporcional ao de mulheres, sem contar os recortes interseccionais de raça e gênero;
  • Na Câmara, o número de mulheres saiu de 51 em 2014 para 77 em 2018; O número de homens eleitos foi 436.

Quando aprofundamos o recorte interseccional a discrepância de dados aparece ainda mais, vejamos:

  • De acordo com o censo de 2010, mulheres negras representam 25,3% da composição da população, porém elas ocupam apenas 2% das cadeiras do Congresso Nacional;
  • No congresso nacional, existe apenas uma representante indígena, nas eleições de 2018 houve um aumento no número de candidaturas indígenas nas eleições municipais;
  • Em 2018 apenas foram eleitos apenas dois candidatos PCD’s para o congresso nacional;
  • Existem apenas quatro pessoas LGBTQIAP+ ocupando cadeiras no congresso.

Consequências da falta de diversidade na política


Em um país diverso com o Brasil, não ter essa diversidade representada em cargos políticos é um verdadeiro problema. O primeiro deles é que a falta de representatividade muitas vezes impede que políticas e ações públicas sejam criadas para algum grupo em específico, e no Brasil temos alguns exemplos: A população LGBTQIAP+ não possui nenhuma política pública a nível federal aprovada até hoje, mulheres negras e a população jovem negra e periférica na maior parte da história sempre compôs estatísticas desfavoráveis em dados relacionados à vulnerabilidade social, e mesmo assim, nenhuma ação ou política pública focada foi criada e/ou aprovada para minimizar esses impactos. Logo, sem pessoas diversas ocupando esses espaços, ou espaços decisórios, como é o caso do Senado e da Câmara Federal, é provável que as políticas públicas não sejam propostas ou efetivas, uma vez que as desigualdades estão acometidas nos grupos sub representados em espaços de participação política.


O que fazer para mudar esse cenário? 

Como pessoas eleitoras e conscientes da importância desses cargos e da necessidade de a diversidade permear a composição política do nosso país, é preciso atuarmos como agentes de transformação, começando por nós: O primeiro ponto é entender que seu voto faz diferença e pode sim decidir o futuro do país, o outro ponto é tentar sair da bolha e procurar entender e saber mais sobre os planos de ações de pessoas candidatas que possuem algum marcador social. Existe algum viés que te impede de entender essas candidaturas e a importância delas?

Depois de conhecer esses planos de ação e tomar consciência do seu poder de influência, é importante atuar como apoiador(a) dessas candidaturas (não precisa sair por aí distribuindo santinhos) converse com parentes, colegas e amigos do seu convívio sobre a importância da diversidade nas eleições, ouça, compreenda e debata a respeito.

Com tudo isso, a mensagem é simples: Você não precisa ser uma pessoa que carrega algum marcador social da diferença para provocar transformações, principalmente no campo público e político. Pelas palavras de Viola Davis, tudo que precisamos fazer é mover as pessoas só um pouquinho para mudanças acontecerem, não precisamos ser algo enorme. Por isso, o que podemos e devemos fazer é ter consciência que enquanto sociedade e cidadãos precisamos nos atentar às desigualdades existentes e colaborar para que a justiça social seja realidade, e por mais difícil que pareça ela está atrelada aos lugares ocupados em instituições que por vezes definem o rumo do nosso país e das pessoas.

Bora fazer a diferença?! Vote consciente.

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