Felipe Barros | Flickr Creative Commons
No Brasil, 30% da população de jovens de 15 a 24 anos está desempregada, determinando a maior taxa em 27 anos, enquanto a média mundial é de 13,1%. Essas informações são da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que realizou um estudo intitulado Tendências Globais de Emprego para a Juventude 2017.
O cenário brasileiro
No estudo, das 190 economias avaliadas, 36 delas têm uma situação pior que a do Brasil para os jovens. Na Síria, por exemplo, a taxa de desemprego nessa faixa é de 30,6% e no Haiti, de 34%.
A queda do crescimento da economia brasileira, a informalidade e as incertezas de investimentos foram responsáveis pelo aumento do desemprego brasileiro em geral, e também, entre os jovens.
Na linha do tempo, em 1991, a taxa brasileira de desemprego entre os jovens era de 14,3% e, em 1995, chegou a cair para 11,4%. Durante a segunda metade da década de 90 registrou um aumento, com um pico em 2003, chegando 26,1% de desemprego entre os jovens. Entre anos de 2004 a 2014, a taxa caiu atingindo 16,1%. Com a crise, atualmente, a taxa está no patamar de 27,1%.
O nível de escolaridade aprofunda as desigualdades entre os jovens brasileiros. Os que possuem maior nível de escolaridade terão uma transição mais curta entre a escola e mercado de trabalho, enquanto aqueles com escolaridade primária podem levar um tempo cinco vezes maior para encontrar um emprego.
Os desafios do trabalho juvenil
O relatório aponta que a economia informal é o futuro e presente de muitos jovens. Assim, o desafio do desemprego não envolve somente a criação de novos postos de trabalho, mas também, questões sobre a qualidade do emprego. As políticas públicas devem focar em mudanças que contemplem as questões tecnológicas, como o investimento em aprendizagem e habilidades digitais.
Pobreza e vulnerabilidade das mulheres
A OIT também destaca a vulnerabilidade das mulheres jovens no mercado de trabalho mundial, o sexo feminino possui um maior índice de desemprego e uma taxa de participação de 16,6 pontos percentuais menor que a dos homens jovens. Além disso, a diferença de gênero na taxa de jovens que não estão trabalhando, nem estudando ou recebendo treinamento é ainda maior: globalmente, essa taxa é de 34,4% das mulheres jovens, comparado a 9,8% dos homens jovens.
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